• UA quer saber das áreas de acção prioritárias da SADC


    A comissária da União Africana (UA) para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sacko, reafirmou, ontem, em Addis Abeba, que a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) deve elencar algumas áreas de acção que sejam prioritárias no plano de acção estratégico para mitigar os efeitos das alterações climáticas, a fim de desenvolver a resiliência face a este fenómeno.

    A diplomata angolana ao serviço da UA, que interveio num fórum sobre a posição da Comissão da União Africana sobre a agricultura na África Austral face às alterações climáticas, considerou fundamental a partilha equitativa dos riscos climáticos e das recompensas entre todos os actores do sistema alimentar, especialmente as mulheres e os pequenos agricultores rurais.

    Josefa Sacko salientou que se deve dar ênfase à produção no sentido de se fazer uma transição agro-ecológica para se reduzir a intensidade dos gases com efeito estufa (incluindo o metano que vem dos rebanhos e outros gases), bem como a dependência de factores de produção externos.

    Sacko informou, por outro lado, que a plataforma de intercâmbio à escala continental "Africa Climate Smart Agriculture Alliance” promove o intercâmbio de conhecimentos sobre as alterações climáticas e a agricultura, incluindo a iniciativa para a adaptação da agricultura africana às alterações climáticas (2016). A mesma, acrescentou, visa contribuir para a segurança alimentar, melhorar as condições de vida dos agricultores vulneráveis e aumentar o emprego nas zonas rurais.

    A comissária da UA informou que a grande muralha verde estratégica, virada para a região do Sahara e do Sahel, é uma iniciativa transfronteiriça liderada por africanos para inverter a degradação dos solos e a desertificação, aumentar a segurança alimentar e apoiar as comunidades locais na adaptação às alterações climáticas.

    Josefa Sacko disse ser necessário e urgente o empoderamento da mulher dentro do actual contexto de crise alimentar, que impactam o seu dia-dia no sector agrário. "Porque 70% dos alimentos que vão às nossas mesas são produzidos por ela, este empoderamento está na ordem do dia das tarefas ingentes da Agenda 2063”, frisou.