• Suíça elogia João Lourenço pelo acordo de paz na RDC


    O Presidente João Lourenço foi elogiado pelo secretário-adjunto do Estado e chefe da Divisão de Paz e Segurança da Suíça, Tim Enderlin, terça-feira, na cidade do Lubango, pela facilitação do acordo de paz no Leste da República Democrática do Congo (RDC).

    Tim Enderlin fez o elogio ao Presidente da República, por meio de um vídeo, apresentado na abertura de uma formação em matéria de Prevenção e Resolução Pacífica de Conflitos, realizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MIREX), em parceria com o G overno da Confederação Suíça.

    O alto responsável da confederação Suíça lembrou que, após a guerra civil, Angola enfrentou, igualmente, desafios deixados pelo conflito armado, mas conseguiu lançar as bases de uma democracia estável e uma economia em crescimento.

    Angola, acrescentou Tim Enderlin, se apresenta como um importante actor económico e político regional, goza da confiança e do respeito dos países vizinhos e não só.

    “Isto abriu caminho para que o Presidente de Angola, Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, fosse nomeado Campeão da paz e da Reconciliação em África” pela União Africana e mediador da crise do Leste da RDC. Sob a liderança de João Lourenço, o processo de paz de Luanda já alcançou marcos importantes, como um cessar-fogo que contribuiu para a redução da violência e do sofrimento da população civil no Leste da RDC”, frisou.

    De acordo com Tim Enderlin, Angola e a Suíça gozam de uma amizade sincera, por isso demonstrado por ambos os países, tendo garantido estarem satisfeitos com a intensificação da relação bilateral assente na construção da paz e da mediação.

    “Partilhamos um compromisso comum para com a Região dos Grandes Lagos, através da ajuda humanitária, cooperação para o desenvolvimento e da construção da paz, há mais de 50 anos”, referiu.

    Para o director nacional para África, Médio Oriente e organizações regionais do MIREX, Jorge Cardoso, a formação de 22 angolanos, ligados a diversos departamentos ministeriais, durante cinco dias, no Lubango, servirá para fortalecer as capacidades dos quadros nacionais em matéria de Prevenção e Resolução Pacífica de Conflitos.

    “Esta acção formativa deve contribuir para o reforço das competências técnicas e científicas e, do saber fazer dos quadros angolanos com vista à criação de capacidades nacionais especializadas no domínio da diplomacia preventiva, mediação e resolução de conflitos, privilegiando a via do diálogo e da geração de consensos entre as partes”, disse.

    Jorge Cardoso lembrou, ainda, que Angola tem granjeado confiança no domínio da prevenção de conflitos a nível regional, continental e internacional, sublinhando que, tal factor, levou à designação do Presidente João Lourenço, de “Campeão para a Paz e Reconciliação do Continente Africano e facilitador do diálogo entre a RDC e o Rwanda, em relação ao conflito que prevalece no Leste da RDC.

    A responsabilidade foi assumida pelo Chefe de Estado angolano, em Maio de 2022, durante a XVI Cimeira Extraordinária da União Africana, realizada em Malabo, República da Guiné Equatorial.

    O diplomata lembrou que Angola já havia sido designada como facilitadora do acordo político para a paz e reconciliação que contribuiu, significativamente, para a estabilidade política da República Centro Africana (RCA), desde 2021, mandato conferido ao abrigo da Conferência Regional da Região dos Grandes Lagos.

    Fruto de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a União Africana e Angola, acrescentou Jorge Cardoso, Luanda tem albergado, desde 2019, a Bienal da Paz, um fórum pan-africano para promover a cultura de paz, crescimento do intercâmbio cultural e diálogo entre gerações sobre a resolução de conflitos.

    “Esta actuação do nosso país, no quadro da nossa Política Externa, orientada para a promoção de bens públicos internacionais, como a paz e a resolução de conflitos, é a expressão concreta dos compromissos reforçados por Angola, para contribuir, de forma activa, na solução africana dos próprios problemas”, sublinhou.

    Na ocasião, o vice-governador para o sector técnico e Infra-estruturas da Huíla, Hetio de Almeida, ressaltou que a paz e a mediação são os caminhos pelos quais se transformam conflitos em oportunidades de crescimento.

    “Vivemos tempos desafiadores, onde a situação da paz, fortalecimento das nossas comunidades exige conhecimentos, técnicas e habilidades específicas, assim, investir nas capacidades dos nossos quadros é sem dúvida investir no futuro do país. Ao realizarmos esta formação, plantamos as sementes de um futuro, onde os conflitos podem ser resolvidos de uma maneira importadora”, disse.

    Os peritos suíços, em cinco dias, ministram temas como “definir cenário, termos e realidades”, exercícios e teoria sobre “introdução à negociação”, “condições para mediação”, “lutar ou negociar – lidar com a violência em conflitos”, e “construindo confianças como negociações”.