Angola quer contar com investimento, conhecimento e tecnologia das grandes empresas sul-africanas para desenvolver os sectores da Agricultura, Indústria Automóvel e do Turismo, fez saber, quarta-feira, em Joanesburgo, África do Sul, o ministro de Estado para a Coordenação Económica.
José de Lima Massano fez estas afirmações após visita à Feira Comercial dos BRICS, em Gallagher Convention Centre, em Midrand, para onde se deslocou acompanhado do secretário de Estado para a Cooperação Internacionale Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, e do embaixador de Angola na África do Sul, Rui Xavier.A ocasião serviu para interagir com vários empresários presentes na Feira.
José de Lima Massano cumpre uma agenda de trabalho na capital económica sul-africana, no âmbito da Cimeira dos BRICS, que encerra hoje. Referiu existir, neste momento, um grande desafio em Angola ligado à segurança alimentar.
"Temos procurado, nestas abordagens, aqui na África do Sul, mobilizar conhecimento e tecnologia para ganharmos autonomia na segurança alimentar”, disse, acrescentando ser um dos pilares económicos em linha com as projecções do Executivo.
Para o ministro de Estado, é com base na segurança alimentar que o país procura assegurar a diversificação da economia. "Essas abordagens com empresários sul-africanos permitiram contactos do ponto de vista de interesses de investimento”, revelou.
"Temos de produzir mais”, reforçou o ministro de Estado, tendo avançado, também, que o Executivo vai anunciar, nas próximas semanas, os preços mínimos, para determinados produtos na lógica da segurança alimentar, de modo a atrair mais operadores nacionais e internacionais para o sector da Agricultura.
Nessas circunstâncias, apontou, é preciso evoluir, porque a agricultura nacional ainda é feita no essencial com equipamentos rudimentares. "Temos de ultrapassar essa questão e melhorar toda a cadeia associada ao sector, desde o transporte e conservação até chegar aos consumidores”.
Importação de viaturas
Em relação ao sector automóvel, José de Lima Massano sublinhou que o país contínua com importações expressivas e gasta por mês aproximadamente 100 milhões de dólares em viaturas, um assunto que também preocupa o Executivo.
Segundo o ministro de Estado, o país não pode apenas importar viaturas, também tem de criar capacidade interna para produção de acessórios. Neste particular, disse, "a África do Sul conseguiu desenvolver um caminho muito interessante e temos de aprender com eles”.
Revelou que outro sector que ainda consome muitos recursos cambiais é o da Indústria Têxtil, acrescentando que é um dos segmentos da economia que tem abordado com alguns grupos empresariais sul-africanos nas missões que tem desenvolvido. Do encontro, que manteve com empresários da África do Sul, José de Lima Massano adiantou que há manifestação de interesse, "mas a grande questão é o passo seguinte: passar para as acções concretas”.
"Alguns empresários já têm contactos feitos em Angola e há casos que no passado não correram muito bem e ficou-se também com alguma imagem menos positiva”, disse, sublinhando, todavia, que foram encontros positivos.
Segundo José de Lima Massano, os empresários sul-africanos reconhecem o potencial que Angola tem, bem como a vontade das autoridades em atrair mais investidores em diversos sectores da economia, através de um ambiente de negócios cada vez mais atractivo.
"Também partilhámos as medidas mais recentes anunciadas pelo Governo com o propósito de estimular o crescimento económico. A nossa expectativa é que alguns destes agentes económicos sul-africanos ganhem vontade e nalguns casos renovar e poder estar connosco para abraçar os desafios e poderem tomar as oportunidades que Angola continua a oferecer”, assinalou o ministro de Estado.