O embaixador de Angola na República Democrática Federal da Etiópia e representante Permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), Miguel Bembe, defendeu, terça-feira, em Adis Abeba, a necessidade do uso da Língua Portuguesa em todas as instâncias multilaterais em que a comunidade lusófona está inserida, incluindo a União Africana, onde o idioma é uma das seis línguas de trabalho.
Ao intervir na cerimónia dedicada à celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, assinalada a 5 de Maio deste ano, o diplomata angolano referiu que a Língua Portuguesa não é apenas um idioma, mas, sim, a expressão de laços fortes entre povos, uma ponte entre quatro dos cinco continentes.
A Língua Portuguesa, acrescentou Miguel Bembe, é, igualmente, uma voz que se faz ouvir de Portugal a Angola, do Brasil a Moçambique, de Cabo Verde a Timor-Leste e em muitas outras comunidades espalhadas pelo mundo.
Acima de qualquer estatística, destacou o diplomata, a Língua Portuguesa é, indubitavelmente, um vector de identidade, de memória e diversidade cultural, que liga os povos com histórias e valores, sotaques e tradições diferentes, favorecendo, deste modo, o diálogo e o intercâmbio interculturais.
“Promover a Língua Portuguesa é contribuir para a riqueza do património linguístico mundial e afirmar o valor de um mundo multilingue, mais aberto, mais próximo e mais unido”, disse o embaixador.
Sobre a CPLP, o embaixador angolano referiu que as iniciativas de Angola desenvolvidas durante o tempo em que esteve à frente da Comunidade, em 2022, visaram o “reforço da cooperação económica e institucional no seio da comunidade”.
Entre as várias realizações, Miguel Bembe sublinhou a introdução da vertente de cooperação económica nos estatutos da Organização, como quarto pilar inevitável.