As oito mil famílias das províncias da Huíla, Namibe e do Cunene que se encontravam refugiadas na Namíbia e depois instaladas em Calueque, em consequência da fome e seca, vão regressar às suas áreas de origem na próxima semana.
O anúncio foi feito, nesta segunda-feira, no Cunene, pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, no final de uma visita de algumas horas àquela província, onde procedeu ao encerramento do Centro de Acolhimento em Calueque, que acolhia as referidas famílias.
O governante lembrou que o Executivo criou, em 2022, o Centro de Acolhimento de Calueque, no município de Ombadja, para albergar as oito mil famílias regressadas da Namíbia. Criadas as condições para o retorno às suas áreas de origens, o local será desmobilizado. O chefe da Casa Militar do Presidente da República esclareceu que, durante o período de permanência no centro, foi criada uma escola de campo, com vista a munir as famílias de técnicas de produção, para quando regressarem às zonas de origem tenham ferramentas para produzir alimentos para o seu sustento.
Francisco Furtado lamentou, entretanto, o facto de muitas famílias mostrarem pouco interesse em aplicar as técnicas aprendidas, preferindo depender do abastecimento mensal do Governo. Destacou igualmente, o facto de que durante aquele período, terem nascido no centro 129 crianças.
Segundo o chefe da Casa Militar do Presidente da Republica, foram feitos trabalhos conjuntos com os governos das três províncias, no sentido de serem criadas as condições nas respectivas localidades de origem, com realce para o apoio com instrumentos de produção, para o auto-sustento das famílias. "Não se pode continuar com a assistência todos os meses”, declarou.
Ao anunciar o regresso das oito mil famílias às suas zonas de origem, Francisco Furtado disse estarem criadas, as condições para a abertura de furos de água e garantidos os bens alimentares para um período de 15 dias.
Contrariamente ao que defendem algumas Organizações Não-Governamentais (ONG), o ministro de Estado considera não haver necessidade de se declarar Estado de Emergência no Sul do país. Com o início das chuvas, disse, aquelas famílias vão poder lançar as sementes à terra para garantir o seu próprio sustento.
Fonte: Jornal de Angola.