• João Lourenço completa 100 dias na UA com foco na Agenda de Paz


    O Presidente João Lourenço assinala, hoje, 25 de Maio, os primeiros 100 dias na presidência “pro tempore” da União Africana, desde que a 15 Fevereiro assumiu a liderança da organização continental, sucedendo o mauritaniano Mohamed Ould Ghazouani.

    Desde que chegou ao cargo de grande responsabilidade no contexto continental, o Estadista angolano elegeu a “paz e segurança” como temas centrais do seu mandato, incluindo a implementação da Agenda 2063, que visa a integração económica do continente e uma África próspera e pacífica.

    Ao eleger a paz e segurança como focos da acção na liderança da União Africana, o Presidente João Lourenço chamou a si a responsabilidade de dar continuidade aos esforços de pacificação dos conflitos regionais e a eliminação do clima de insegurança, um papel que já vinha desempenhando enquanto mediador do processo de paz no Leste da República Democrática do Congo (RDC), que dura há quase 30 anos.

    Neste desafio de pacificação de conflitos assumido pelo Estadista angolano na presidência rotativa da União Africana, adquire importância central a questão da paz e segurança, por se tratar de um dos principais pressupostos para se materializarem as aspirações contidas na Agenda 2063 da UA, assim como o programa que estabelece o "Silenciar das Armas até 2030", que visa transformar África numa região pacífica.

    Nestes primeiros 100 dias de mandato na União Africana, o Presidente João Lourenço apressou-se a imprimir uma nova dinâmica à organização continental, tendo na sua primeira agenda de paz se deslocado ao Cairo, Egipto, onde participou na Cimeira Extraordinária da Liga dos Estados Árabes, naquela que foi a viagem de estreia do Chefe de Estado angolano na presidência rotativa da União Africana.

    Rotulada como tendo sido de carácter "especial e estratégica", a presença do Presidente da República na Cimeira da Liga Árabe se propôs discutir, na altura, os últimos acontecimentos na Faixa de Gaza, em que fez ouvir a posição da União Africana em relação ao assunto.

    Na ocasião, João Lourenço saudou a implementação do acordo faseado de cessar-fogo alcançado, na altura, entre Israel e o Hamas sobre a Faixa de Gaza, resultante do diálogo e da persistência da diplomacia dos países envolvidos, em particular da República Árabe do Egipto e do Reino do Qatar, em estreita colaboração com os Estados Unidos da América.

    O Estadista angolano congratulou-se, ainda, pelo processo de libertação dos reféns israelitas em curso, augurando que este continue até à libertação incondicional da totalidade dos cidadãos palestinianos, mantidos em cativeiro e que esta acção reflicta o início da construção definitiva da paz através da instauração de um cessar-fogo permanente, facilitando o incremento da ajuda humanitária aos habitantes de Gaza, bem como o início da reconstrução dos seus territórios.

    Para o líder da União Africana, a Liga Árabe exerce um papel crucial na prossecução de iniciativas para o alcance de soluções pacíficas e duradouras para os dois países na região, tendo reiterado, em nome da União Africana, o compromisso de um trabalho conjunto em prol da construção de uma paz sustentável no conflito que opõe Israel e o Hamas.

    Restituição da paz e segurança ao continente entre os desafios

    O Presidente João Lourenço deixou bem vincado, na sua primeira deslocação ao exterior do país, na qualidade de líder da União Africana, a visão sobre o que será essencial levar a cabo no futuro, para que se consiga pôr um fim definitivo aos conflitos em África e fazer face aos desafios das mudanças inconstitucionais de governo, o terrorismo, a invasão e ocupação de territórios de países vizinhos. Para o Médio Oriente, o líder da UA defende a coexistência pacífica, lado a lado, dos Estados de Israel e da Palestina.

    Em Adis Abeba, por ocasião da reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, o Estadista angolano apresentou o relatório sobre as acções realizadas no quadro das atribuições como Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, com realce para as investidas para ajudar a restituir a paz ao continente, em especial à região Leste da República Democrática do Congo (RDC).

    Ainda no plano de paz e segurança em África, é convicção do Presidente da União Africana que se deve agir no sentido de se encontrarem soluções africanas para os problemas africanos. Defende, ainda, o Presidente João Lourenço, a criação de uma arquitectura sólida de paz e segurança em África.

    Na recente deslocação à cidade de Genebra, Suíça, a convite do director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, o Estadista angolano defendeu investimentos em sistemas de saúde resilientes no continente, referindo que a paz e a saúde estão interconectadas, realçando o facto de a insegurança, os deslocamentos forçados e os conflitos armados minarem o acesso aos cuidados de saúde em todo o Sahel, nos Grandes Lagos e no Corno de África.

    João Lourenço apelou, igualmente, à renovação do comprometimento com a Cobertura Universal de Saúde como o instrumento mais poderoso de equidade global, mas também com a responsabilidade de proteger a vida e a dignidade de todos.