As matérias relacionadas com a sustentabilidade da actividade económica desenvolvida no oceano, com vista a avaliar de forma colaborativa as conexões científicas ligadas ao padrão da dinâmica dos recursos pesqueiros constituem os principais temas de abordagem da Conferência Internacional sobre Ciências Marinhas, a decorrer hoje e amanhã em Luanda.
Promovida pelo Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, em colaboração com a Embaixada da Noruega e parceiros internacionais, a Conferência junta especialistas nacionais e estrangeiros que durante dois dias vão fazer a radiografia do potencial dos recursos pesqueiros, com maior ênfase para as espécies pelágicas, cuja produção é, em grande medida, influenciada pela pressão da pesca e factores climáticos.
O programa em posse do Jornal de Angola revela que o certame resultará na formulação dos termos de referência para o sustento do Sistema Operacional Angolano de avaliação de riscos e dos sistemas de alerta sobre eventuais impactos para a saúde e ecossistemas costeiros, com recurso a meios tecnológicos como dados de satélite, observações costeiras e previsões climáticas.
Constituem temas centrais "O Impacto Socioeconómico dos Eventos Climáticos", "A Variabilidade Climática Costeira do Oceano na Ressurgência Tropical Angolana", "Mecanismos que Determinam a estabilidade e a Mudança na Produtividade do Ecossistema".
O Conclave tem ainda como painéis "A Evolução da Abundância e dos Padrões e da Distribuição dos Principais Mananciais de Peixes Pelágicos em Resposta à Variabilidade Climática e Pressão de Pesca", e "Desenvolvimento da Capacidade Institucional".
Pesca não regulamentada
Angola tem se esforçado no combate de práticas nocivas aos ecossistemas, tais como o arrasto demersal,a pesca "banga banga", entre outras preocupações que serão analisadas no conclave, na medida em que há bastante dificuldades em fazer cumprir essa proibição.
Existe ainda preocupação com a insistência na utilização da pesca "rapa", que consiste no uso de barcos artesanais de pequeno porte que fazem o cerco mais perto da costa, cuja proibição, apesar de necessária, poderá afectar na redução da oferta de pescado.
As espécies demersais, que são as espécies de fundo e as pelágicas que andam á maia água, como é o caso do carapau, das sardinelas, cavalas, a pescada que muitas vezes sobe e fica na zona dos pelágicos, os alfocinho , entre outros.
O período de veda para as embarcações todas, este ano, para a sardinha é de quatro meses e para as demais embarcações são apenas dois meses.