• Conferência de Sevilha termina amanhã com atenções ao Desenvolvimento Sustentável


    A IV Conferência Internacional sobre o Financiamento ao Desenvolvimento, que arrancou no dia 30 de Junho, aqui em Sevilha, Reino de Espanha, termina amanhã, com as atenções viradas aos novos caminhos para acelerar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

    O evento, que reuniu vários líderes mundiais nesta cidade espanhola, entre os quais o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, incidiu, no essencial, sobre a necessidade de se encontrarem novos caminhos que permitam acelerar os ODS no mundo, numa altura em que faltam apenas cinco anos para o prazo previsto. 2030 é o prazo previsto pelas Nações unidas para o cumprimento dessa meta.

    Para a concretização deste desiderato, os líderes mundiais adoptaram, neste encontro, o “Compromisso de Sevilha”, documento de mais de 60 páginas, que aponta os novos caminhos para a aceleração dos ODS.

    Entre as várias metas constantes neste documento, para permitir uma maior aceleração dos ODS, daqui para frente, está o investimento de mais de 4 triliões de dólares, que deverá resultar, em certa medida, da contribuição dos países desenvolvidos.

    Ao falar, ontem, à imprensa angolana, sobre este facto, o ministro do Planeamento, Victor Hugo Guilherme, que integrou a delegação presidencial angolana neste evento, considerou a adopção deste documento um passo importante para a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
    O governante angolano explicou que um dos objectivos da Conferência visou estabelecer um acordo com os principais financiadores, dada a necessidade do arranjo financeiro que se deve fazer na arquitectura financeira internacional, para o alcance das metas preconizadas.
    “Dificilmente podemos alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável se não tivermos financiamento para essas actividades”, precisou o ministro do Planeamento.

    Victor Hugo Guilherme avançou que outro tema dominante desta Conferência tem a ver com a estruturação da dívida dos países em desenvolvimento, cujo montante global, tal como revelou, esteve, em 2024, orçado em cerca de 31 biliões de dólares.

    “Só em juros, os países pagaram cerca de 930 mil milhões de dólares”, frisou o ministro, para quem a ideia, aqui, passa por se encontrar forma de os países terem margem para financiar essas actividades.“Só assim é que vamos poder alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”, aclarou.

    A uma pergunta sobre como Angola está em relação à implementação dos ODS, o ministro do Planeamento fez saber que o país se encontra a caminhar bem, apesar de alguns aspectos que precisam de ser melhorados. “Estamos a caminhar bem, mas poderíamos estar melhor”, admitiu.

    Victor Hugo Guilherme disse que o país registou progressos nos sectores da Saúde, da Energia e na área de género. Sobre a Educação, o governante admitiu a necessidade de se apostar mais neste sector, acto que disse ser extensivo ao sector das Águas.

    Angola, prosseguiu o ministro do Planeamento, poderá alcançar mais resultados se conseguir livrar-se do que chamou de “encruzilhada” do financiamento ao desenvolvimento e à dívida.

    Uma das formas de contornar este quadro, de acordo com o ministro do Planeamento, passa pela procura de alternativas internas. “Estamos a falar em envolver, cada vez mais, o sector privado, em todas as áreas, designadamente na Educação, Saúde, Indústria.

    Porque uma das fontes de financiamento do desenvolvimento dos países são os impostos, a arrecadação interna”, precisou o ministro, tendo defendido a urgência de se olhar um pouco mais para dentro, com vista à resolução desses problemas.

    De uma forma geral, disse o ministro, Angola está à procura de financiamento para os sectores público e privado, mas com a finalidade de o primeiro criar as condições para o segundo trabalhar.

    O foco para este financiamento, avançou, está virado para o sector da Energia, das Águas, estradas, que considerou fundamentais para o desenvolvimento do país.

    Angola apresenta este ano relatório sobre ODS na ONU
    O ministro do Planeamento informou, na ocasião, que Angola vai proceder, em breve, em Nova que, à apresentação do relatório voluntário, onde fará uma avaliação da implementação dos ODS. Estima-se que se o ritmo continuar tal como está, o mundo poderá atingir apenas cerca de 1/3 dos Objectivos até 2030.