O desafio de lançar um novo caminho para garantir que África deixe de ser um espaço de exploração, insegurança e migração em massa é um dos objectivos da Cimeira que decorre, desde domingo, em Roma, Itália, com a presença de vários Chefes de Estado e de Governo.
Angola participa no encontro com uma delegação chefiada pelo ministro de Estado para a Coordenação Econónica, José de Lima Massano, em representação do Presidente da República.
Um comunicado refere que a Itália pretende, com este evento, que as oportunidades económicas do continente africano sirvam os seus habitantes e funcionem como um mercado fértil para a economia global.
A Itália pretende alcançar este objectivo através da implementação de um plano estratégico, denominado "Plano Mattei”, em homenagem ao fundador da petrolífera Eni, Enrico Mattei.
O Plano tem duração de 4 anos, podendo ser actualizado durante a sua vigência, custará 2,8 milhões de euros por ano, a partir de 2024, e será co-financiado por vários países.
De acordo com o comunicado, o Plano tem como áreas de acção a cooperação para o desenvolvimento, passando pela promoção de exportações e investimentos, educação e formação profissional, investigação e inovação, saúde, agricultura e segurança alimentar, abastecimento e exploração sustentável dos recursos naturais, protecção ambiental e luta contra as mudanças climáticas.
Além disso, aposta na modernização e reforço das infra-estruturas, incluindo as digitais, bem como a valorização e o desenvolvimento da parceria energética, no domínio das fontes renováveis, e o apoio ao empreendedorismo, em particular dos jovens e das mulheres.
O Plano foi anunciado como um dos pontos mais importantes do programa do governo, capaz de "eliminar as causas que levam os migrantes a abandonar as suas terras, raízes culturais e a família para procurar uma vida melhor na Europa”.
O Plano é, ainda, apresentado como um "modelo virtuoso de colaboração e crescimento entre a União Europeia e as nações africanas, também para combater a preocupante propagação do radicalismo islâmico, apresentado pela Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, logo após a sua tomada de posse em Outubro de 2022.
A Primeira-Ministra italiana tinha garantido que as relações com a África estariam no centro da presidência italiana do G7 (o grupo que reúne as 7 principais economias dos países mais avançados do mundo) e que seriam levadas, igualmente, ao centro de decisões da União Europeia, em Bruxelas, em busca de sinergias com o Global Gatway da UE, que visa projectos para África, em grande parte já definidos e assegurados por cerca de 300 mil milhões de euros, durante um período de 7 anos.
Segundo o comunicado, 57 delegações que incluem Chefes de Estado e de Governo ou seus representantes, líderes da UE, representantes do Banco Mundial, FMI, FAO, UNESCO, ONU, Unicef, ACNUR, além de outras entidades da vida política e económica mundial, estão presentes no evento.
A delegação angolana integra a embaixadora Fátima Jardim, o PCA da Agência Nacional de Petróleo e Gás, Paulino Gerónimo, e a presidente do Conselho de Administração do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), Felisbela Maria Francisco, e técnicos seniores.